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(UFPR 2012) Não interessa aqui discutir se cabe considerar a chegada dos europeus ao continente americano, 1 em

05. (UFPR 2012) Não interessa aqui discutir se cabe considerar a chegada dos europeus ao continente americano, 1 em 1492, como

descoberta, encontro ou o que seja: questão, no geral, mais esterilizante que produtiva. O fato é que, naquele ano, os europeus se

deram conta da existência de uma porção vasta de terra até então desconhecida e habitada por homens diferentes dos da Europa.

O navegador Cristóvão Colombo (1451-1506), responsável por viabilizar tal encontro, achou que estava chegando no Oriente: com

[5] base nas medidas adotadas pelo astrônomo árabe do século 9, Abu al-Farghani, calculou mal o tamanho do grau, unidade na qual

se dividia a esfera terrestre, e ainda errou ao converter a milha árabe para a milha italiana.

O grego Ptolomeu (90-168) e toda a escola de Alexandria lhe teriam servido melhor, mas se calculasse bem, o genovês

não teria chegado onde chegou. Mesmo porque a imaginação, encharcada de relatos sobre terras fantásticas e da obsessão por

monstros, o guiava tanto ou mais que o conhecimento ‘científico’. Encontrar tais monstros era fundamental, com a tradição

[10] rezando que sua presença augurava riquezas. Foi grande o desapontamento de Colombo quando os naturais das ilhas do Caribe

lhe disseram que nunca tinham visto tais seres. Conforme a realidade contradizia o que lhe ia pela cabeça, o navegador substituía

elementos: na falta dos súditos do Grande Cã, levou para a Espanha os ‘índios’ de Hispaniola; em vez das sedas e dos brocados,

exibiu aos reis católicos as máscaras estranhas e cintos feitos de osso de peixe; no lugar das presas de elefantes ou unicórnios,

ostentou papagaios verdes. [...]

[15] Ao longo do século 16, Colombo já morto, cresceu na Europa a consciência da magnitude das transformações

provocadas por aquelas terras novas, ignoradas pelos autores antigos e capazes de mostrar quanta coisa escapara a sua

sabedoria. O nome do Novo Mundo ainda flutuava, cada vez mais sendo identificado ao de outro navegador, o florentino Américo

Vespúcio (1454-1512). Ao léxico faltava capacidade para exprimir tanta coisa nova e estranha, daí recorrer-se primeiro ao que era

familiar e conhecido. As palavras não bastavam para um desesperançado Gonzalo de Oviedo descrever a plumagem brilhante dos

[20] pássaros americanos, nem para Jean de Léry contrastar o semblante dos tupinambás da costa brasílica, tão diferentes dos

europeus: quem quisesse “desfrutar do prazer de os conhecer”, afirmou este, teria de “visitá-los no seu país”. Ao dedicar sua

Historia General de Las Indias ao imperador Carlos V, em 1553, Francisco Gómara escreveu bombasticamente: “O maior

acontecimento desde a criação do mundo (excluindo a encarnação e a morte d’Aquele que o criou) foi a descoberta da Índia”.

(SOUZA, Laura de Mello. Colombo, a América e o Conhecimento. Ciência Hoje, julho 2011, p. 83.)

Em relação ao texto, considere as seguintes afirmativas:

1. A fim de opor Oriente e Ocidente, o texto contrapõe respectivos elementos da cultura como: seda, brocados e presas de elefantes versus máscaras estranhas, cintos feitos de ossos de peixe e papagaios verdes.

2. A escola de Alexandria daria a Colombo melhores condições para o cálculo do caminho que desejava fazer, mas o acerto teria evitado uma grande descoberta.

3. O feito inquestionável de Colombo foi ter colocado os europeus em contato com a cultura da Índia, fato que só foi reconhecido muito tempo depois.

4. A declaração de Francisco Gómara comprova que no século 16 já havia sido desfeito o equívoco sobre a viagem de Colombo e sua impactante descoberta.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
  2. Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
  3. Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
  4. Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
  5. As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Resposta: A

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