Ora, Ora

Parece que você tem um Bloqueador de Anúncios ativo, e quem não usa?

Contudo a Agatha Edu se mantém essencialmente com a renda gerada por anúncios, desativa aí rapidinho, parça. 😀

05. (Enem 2009)

Ó meio-dia confuso,

ó vinte-e-um de abril sinistro,

que intrigas de ouro e de sonho

houve em tua formação?

Quem ordena, julga e pune?

Quem é culpado e inocente?

Na mesma cova do tempo

cai o castigo e o perdão.

Morre a tinta das sentenças

e o sangue dos enforcados...

— liras, espadas e cruzes

pura cinza agora são.

Na mesma cova, as palavras,

o secreto pensamento,

as coroas e os machados,

mentira e verdade estão.

[...]

(MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972. (fragmento)

O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio

  1. do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional.
  2. da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes.
  3. da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes.
  4. do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda.
  5. do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.

Resposta: D

Resolução: O poema de Cecília Meireles tem como base um evento da história nacional, a Inconfidência Mineira. No poema, a relação entre a literatura e o contexto histórico indica que a produção literária sempre é uma recriação da realidade, mesmo quando se refere a um evento histórico específico. No poema de Cecília Meireles, essa recriação é concretizada através da distância entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda.


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