09. (Enem 2017) O farrista
Quando o almirante Cabral
Pôs as patas no Brasil
O anjo da guarda dos índios
Estava passeando em Paris.
Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
O anjo respira alegre:
“Não faz mal, isto é boa gente,
Vou arejar outra vez.”
O anjo transpôs a barra,
Diz adeus a Pernambuco,
Faz barulho, vuco-vuco,
Tal e qual o zepelim
Mas deu um vento no anjo,
Ele perdeu a memória...
E não voltou nunca mais.
MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira , 1992.
A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que
- configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.
- remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
- repercute as manifestações do sincretismo religioso.
- descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
- promove inovações no repertório linguístico.
Resposta: B
Resolução: O poema "O farrista" de Murilo Mendes, situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem no poema, por meio de um eu lírico que questiona a história do colonialismo e seu impacto sobre os povos indígenas. O poema utiliza de uma linguagem simples e direta para expressar a ironia e o cinismo diante da chegada dos colonizadores e a falta de responsabilidade do anjo da guarda dos índios, que não foi capaz de protegê-los. O poema apresenta uma crítica ao sistema colonialista e suas consequências para os povos indígenas.