2. (Enem 2019) Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).
Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma
- segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem.
- ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.
- estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.
- sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.
- seleção lexical na qual predominam informações redundantes.
Resposta: D
Resolução: A passagem descreve os eventos engraçados e absurdos da vida do detetive particular Ed Mort, como o ataque de baratas em seu escritório, usando uma máscara de King Kong como disfarce, e um caso fracassado envolvendo um oftalmologista de topless. Esses eventos são apresentados em uma sequência narrativa que cria um efeito humorístico. A passagem não depende de outros recursos linguísticos ou estilísticos para criar humor.